"Cristão continuou seu caminho até chegar à casa de Intérprete, onde bateu à porta várias vezes."

Divórcio e Novo Casamento: Defensores da posição "Divórcio PROIBIDO e Novo Casamento PROIBIDO"

(nota: o formato aqui apresentado mostra alguns autores ou igrejas que defendem a posição especificada no título. As inferências listadas provém de interpretação do texto, sem julgamento de valor. As citações são selecionadas para indicar trechos mais marcantes do texto. Os autores estão em ordem alfabética e foram escolhidos por ter alguma afinidade com o meio reformado e por terem opiniões sobre o assunto disponíveis na internet ou em outros meios a que tivemos acesso.)

David L. Brown

(First Baptist Church of Oak Creek)
  • Casamento indissolúvel - somente a morte pode dissolver
  • Divórcio sempre é errado
  • Novo casamento impossível
  • Novo casamento não precisa ser abandonado
  • Teoria do Noivado (cláusula de exceção só se aplicava ao noivado judaico)

Citações

"Depois que ler essas passagens da Sagrada Escritura você deve admitir que não há opções quando diz respeito ao divórcio. Deus não permite nenhum divórcio! Necessitamos reconhecer isso."
"[…] mesmo que Jesus tivesse permitido um divórcio para pecado sexual após o casamento (o que não o faz!), ele não permitiu o segundo casamento porque a segunda metade de Mateus 19:9b diz. "…e o que casar com a repudiada também comete adultério"."
"Cristo permitiu o divórcio só no período de noivado. Não para adultério, isto é infidelidade sexual depois do casamento."
"Então o que fazer se vocês já são divorciados e casados novamente. Deve despedir seu parceiro? NÃO! Certamente não."
Fonte: Casamento, Divórcio e Segundo Casamento: http://www.monergismo.com/textos/familia_casamento/casamento-divorcio_Brown.pdf (Esse texto é muito didático e tem uma tabela com as possíveis situações de divórcio e novo casamento)
Informações sobre o autor: http://www.firstbaptistchurchoc.org/

David W. Jones

(Prof. do Southern Baptist Seminary e co-autor do "Deus, Casamento e Família", com Andreas Kostenberger. O texto foi colocado aqui, mas percebe-se que o propósito do autor é mostrar o potencial e respeitabilidade da teoria do noivado, e não necessariamente sua concordância com ela)
  • O texto apresenta a força exegética da teoria do noivado
  • Na prática, a teoria do noivado faz com que a cláusula de exceção não se aplique aos nossos dias, anulando a cláusula de exceção e tornando todos os divórcios ilegítimos

Citações

"No costume judaico, a infidelidade no período de noivado era motivo para dissolução do relacionamento. É importante notar, entretanto, que enquanto um casal de noivos era considerado casado para efeitos morais e legais, o término desse relacionamento por motivo de infidelidade não era considerado como um divórcio em si, mas como uma anulação do próprio casamento. Em outras palavras, a infidelidade durante o período de noivado não era vista como um ato que poderia terminar um casamento, mas como um evento que demonstrava que nunca houve um casamento legítimo em primeiro lugar." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Depois de examinar as evidências a favor da teoria do noivado para divórcio e novo casamento, parece seguro concluir que esta interpretação de Mateus 5:32 e 19:9 é uma posição que merece um lugar na mesa dos debates morais. De fato, defensores dessa teoria percorrem o tempo e a tradição teológica, e não há indícios de que essa interpretação vai desaparecer em um futuro próximo. Embora nem todos os intérpretes da Bíblia venham a concordar com as conclusões daqueles que defendem essa teoria, seria sensato que exegetas responsáveis considerassem essa posição com a mente aberta, não só para facilitar uma discussão inteligente com os defensores da teoria do noivado, mas também porque essa interpretação pode estar correta." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
Fonte: The Bethrotal View of Divorce and Remarriage: http://wisereaction.org/ebooks/betrothal_jonesd.pdf
Informações sobre o autor:  http://apps.sebts.edu/FacultyInfo/FacultyPage.cfm?id=%29%23*W%22R%3FS%24I*%253%0A

Jim Elliff

(Christ Fellowship of Kansas City. Coloquei em evidência o nome do Jim Elliff porque ele é relativamente conhecido no Brasil via FIEL, mas o texto é na verdade um entendimento conjunto dos presbíteros da igreja dele e é hoje posição oficial daquela igreja)
  • Casamento só é dissolvido pela morte
  • O divórcio sempre é proibido
  • Cláusula de exceção refere-se ao noivado judaico (teoria do noivado)
  • Novo casamento sempre é adultério

Citações

"Na Bíblia, o novo casamento de uma pessoa divorciada é constantemente dito como sendo um ato de adultério. Isto indica que a 'união em uma só carne' criada por Deus quando um casamento começa não é dissolvida pelo divórcio." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"O princípio que define o ensino da Bíblia sobre divórcio é que isto é sempre ilícito, e não há razões convincentes para ver essa proibição como menos do que absoluta." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Somente a morte dissolve a 'união em uma só carne' criada por Deus no casamento. Essa união moralmente compulsória não é dissolvida pelo divórcio. Portanto, qualquer novo casamento de (ou com) uma pessoa divorciada, antes da morte do antigo cônjuge, é um ato de adultério." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
"Em Mateus 19:9 (e semelhantemente em Mateus 5:32), quando Jesus proibiu o divórcio e o novo casamento ‘exceto por imoralidade [Grego: porneia]’, cremos que Ele estava excluindo de Sua proibição a anulação de um contrato matrimonial judaico por motivos de imoralidade sexual pré-nupcial." (tradução: Caio Motter e Fabiano Lima)
Fonte: http://www.christfellowshipkc.org/files/divorce_remarriage_summary.pdf
Informações sobre o autor: http://www.christfellowshipkc.org/
 

John Piper *

  • Casamento indissolúvel - somente a morte pode dissolver
  • Principal fim do casamento é espelhar a aliança de Cristo com Sua Igreja
  • Divórcio sempre é errado
  • Novo casamento impossível
  • Novo casamento não precisa ser abandonado
  • Teoria do Noivado

     

Citações

(1)
"Concessões quanto à santidade e à duração do casamento para a vida inteira — posições que enfraquecem a solidez do pacto de união — podem parecer amorosas, a princípio, mas causam destruição a milhares de pessoas ao longo das décadas."
"O significado mais elevado e o propósito mais sublime do casamento é o de manifestar a relação pactual entre Cristo e sua igreja."
"Por isso, se algum dia Jesus abandonar ou descartar sua igreja, então o homem estará autorizado a se divorciar da sua mulher. E se a igreja, comprada pelo sangue. sob a nova aliança, deixar de ser a noiva de Cristo, então a mulher poderá se divorciar legitimamente de seu marido."
"O contraste é: "Se Deus ajuntou o homem e a mulher no casamento, então meros humanos não têm o direito de separar aquilo que ele ajuntou". Essa é a terceira conclusão de Jesus a partir de Gênesis 1—2. Visto que foi Deus quem criou essa união santa com esse propósito santo para manifestar a firmeza inquebrável de sua aliança de amor com seu povo, simplesmente não está ao alcance do homem destruir aquilo que Deus criou."
"Tentarei mostrar no próximo capítulo, a partir de duas passagens importantes em Mateus (5.32; 19.9), três em 1 Coríntios (7.10-11, 12—16, 39) e uma em Romanos (7.1-3), porque aqui deveríamos entender literalmente as palavras de Jesus e desaconselhar todo novo casamento depois do divórcio, enquanto o cônjuge está vivo. Cumpram seus votos de casamento de modo que proclamem a verdade a respeito do pacto de amor inquebrável de Cristo."
"No capitulo catorze, defendi que o significado mais elevado do casamento é representar o inquebrável amor da aliança entre Cristo e sua igreja (Ef 5.22-33); portanto, nenhum ser humano tem o direito de romper a aliança conjugal. Como nunca ocorrerá o dia no qual Cristo romperá seu voto — 'eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século" (Mt 28.20) — então o ser humano nunca poderá romper a aliança de seu casamento."
"A minha resposta é que um novo casamento, enquanto vive o cônjuge divorciado, é um ato de infidelidade ao casamento da aliança. Nesse sentido, recasar é adultério. Juramos 'até que a morte nos separe' porque é isso o que Deus afirma do casamento, e mesmo que nosso cônjuge quebre os juramentos de sua aliança, nós não iremos quebrar os nossos.

Não acho, porém, que alguém que recasou contra a vontade de Deus, cometendo, por isso, adu1tério deveria romper posteriormente o segundo casamento. O casamento não devia ter sido feito, mas, já que está feito não deverá ser rompido pelo homem. E um casamento verdadeiro. Foram feitos juramentos de aliança. E essa verdadeira aliança de casamento pode ser purificada pelo sangue de Jesus e santificada por Deus."
"4. Não há nenhuma exceção à proibição de novo casamento enquanto um dos cônjuges estiver vivo?

A minha resposta é não. Mas faço parte de uma minoria insignificante dos estudiosos bíblicos, e também dos eruditos e pastores que creem na Bíblia."
"Concorde ou não comigo quanto aos fundamentos do divórcio e do novo casamento, oro para que reconheçamos o significado mais profundo e mais elevado do casamento — não a intimidade sexual, tão boa quanto é, não a amizade, nem o auxílio mútuo, nem ter filhos, ou criá—los, mas a manifestação no mundo do amor à aliança entre Cristo e sua igreja."
Fonte: do livro "Casamento Temporário" - Editora Cultura Cristã

(2)
"Em toda a minha vida adulta, até o momento em que encarei a necessidade de lidar com divórcio e novo casamento no contexto pastoral. sustentei a visão protestante prevalecente, que afirma que o novo casamento após o divórcio é sancionado biblicamente em casos em que o divórcio foi resultado de uma deserção ou de adultério persistente. Somente quando eu fui compelido, alguns anos atrás, ao estudar Lucas, a lidar com a afirmação absoluta de Jesus em Lucas 16.18. comecei a questionar esta posição inerente."
"Todas as coisas conspiravam para criar um sentimento de solenidade e seriedade enquanto eu pesava o significado e a implicação dos textos bíblicos sobre divórcio e novo casamento. O resultado desta experiência crucial foi a descoberta do que eu creio, uma proibição neotestamentária de todo novo casamento, exceto no caso em que o cônjuge faleceu."
"Eu não afirmo que encontrei ou disse a última palavra nesta questão. nem que eu estou além de correção caso prove-se que estou errado. Estou ciente de que homens mais piedosos que eu tiveram opiniões diferentes. Entretanto, todas as pessoas e igrejas devem ensinar e viver de acordo com o que dita sua própria consciência informada por um sério estudo da Bíblia."
"[…] adultério não anula o relacionamento de 'uma só carne' do casamento, e tanto o cônjuge culpado quanto o inocente são proibidos de casar-se novamente em Mateus 5.32."
"Paulo parece saber que a separação será inevitável em alguns casos. Talvez ele tenha em mente uma situação de um adultério sem arrependimento, ou deserção, ou brutalidade. Mas em um caso assim, ele diz que a pessoa que se sente constrangida a separar-se não deveria procurar um novo casamento e deveria permanecer solteira. E ele reforça a autoridade desta instrução ao dizer que ele tem uma palavra do Senhor. Portanto, a interpretação dos dizeres de Jesus é que um novo casamento não deve ser procurado."
"A proibição da esposa retornar ao seu primeiro marido [em Dt 24:4] mesmo depois que o segundo marido morrer (porque é uma abominação) sugere muito fortemente que nem o segundo casamento deveria ser rompido a fim de restaurar o primeiro[…].
"[…] Separação é permissível se o parceiro incrédulo insiste nisso."
"Deus termina o relacionamento de uma só carne" somente por meio da morte de um dos cônjuges (Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.39)."
"Aos que já casaram-se novamente: […] Devem não tentar retornar ao seu primeiro parceiro após entrar numa segunda união; […] Devem não se separar e viver como solteiros pensando que isto resultaria em menos pecado porque todas as suas relações sexuais são adultério. A Bíblia não dá prescrições para este caso particular, mas trata o segundo casamento como tendo significância aos olhos de Deus. Isto é, existem promessas feitas e uma união foi formada. Não deveria ter sido formada, mas foi. Isto não deve ser tomado levianamente. Promessas existem para serem mantidas, e a união deve ser santificada a Deus. Embora não seja o estado ideal, permanecer em um segundo casamento é a vontade de Deus para um casal e suas relações seguintes não devem ser vistas como adúlteras."
Fonte: http://www.desiringgod.org/resource-library/articles/divorce-remarriage-a-position-paper - Tradução: Divórcio e Novo Casamento: uma declaração: http://www.batistaamparo.org.br/artigos-pdf/divorcioenovocasamento-jhonpiper.pdf

Informações sobre o autor: http://en.wikipedia.org/wiki/John_Piper_%28theologian%29
 
* Obs.: Piper foi colocado aqui porque ele não admite a cláusula de exceção (só para uma situação que não existe mais, que é o noivado judaico). Entretanto, ele admite que o cônjuge crente não deve dificultar ou negar o divórcio quando o ímpio quer abandoná-lo (1 Co 7).

Voddie Baucham

  • Teoria do noivado
  • A união de uma só carne é permanente até a morte
  • A aliança do casamento é inquebrável
  • Iniciar um divórcio nunca é admissível
  • Novo casamento depois do divórcio é adultério enquanto o cônjuge anterior está vivo
Fonte: http://www.sermonaudio.com/sermoninfo.asp?SID=11309913170 (áudio tem 1h05min)
Informações sobre o autor: http://www.gracefamilybaptist.net/voddie-baucham-ministries/

Um comentário:

  1. Pode acrescentar o Paulo Júnior nessa aqui. Veja o vídeo dele que fala sobre Divórcio e Novo Casamento.

    ResponderExcluir